sábado, 4 de junio de 2011

Manifesto Transmaribolho (português)


1. Combatemos toda a forma de violência sexista, homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia em todos os âmbitos: institucionais, laborais, na educação, em cárceres e delegacias, a nível nacional e internacional, porque a violência transmaricabolhobifóbica segue estando presente, oculta ou visível, em todos os estratos da sociedade espanhola e domina na maioria de países do mundo.
2. Defendemos a eliminação da transexualidade dos manuais de doenças (DSM-V e CIE-11) na sua próxima atualização. Demandamos a eliminação do requisito de diagnostico de “disforia de género” para a mudança registral de nome e sexo, bem como o acesso das pessoas imigrantes e dxs menores ao protocolo de mudança de nome e sexo. Reclamamos o acesso universal à saúde para as pessoas trans desde uma perspetiva de liberdade, informação e autonomia. Abogamos pelo direito de todas as pessoas que o desejam a não se identificar nem como homem nem como mulher. Consideramos que não deve ser obrigatória a menção de sexo nos documentos oficiais. Reclamamos a eliminação dos protocolos médicos de normalização binária para pessoas trans e intersexuais (como o teste da vida real, cirurgias de normalização genital, etc.).
3. Denunciamos a instrumentalización por parte dos partidos políticos e o mundo empresarial de certes associações e  federações LGTB, o que domestica a luta política e resulta em uma falta de representatividade da diversidade sexual.
4. Combater o estigma da prostituição e defender o trabalho sexual voluntário como um trabalho, com o reconhecimento de direitos laborais e sociais para todxs xs trabalhadorxs que o desejem, favorecendo a regularización das pessoas migrantes que se dedicam ao trabalho sexual; e combater qualquer forma de abuso, violência ou exploração laboral sócia a esta forma de trabalho.
5. Exigimos que se respeite o direito das pessoas a migrar e se acolher ao estatus de asilada por motivos de orientação sexual e de género, eliminando todas as travas existentes para isso. Abogamos pela abolição dos CIEs, e denunciamos os abusos que se produzem com as pessoas transmaricabibolhos internadas nos mesmos.
6. Defendemos o reconhecimento da pluralidade de formas de relacionamento que excedem o modelo tradicional de monogamia e família nuclear. Denunciamos os privilégios exclusivos do casal em detrimento de outros tipos de relacionamento.
7. Reclamamos o direito a uma sexualidade pública que não se articule em termos de proibições, segredos e tabus, que não esteja condenada ao armário da intimidem, e que se incorpore como tema de debate em todos os âmbitos da sociedade.
8. Demandamos a incorporação no sistema educativo de uma educação sexual integralplural. Exigimos medidas efetivas para evitar o bullying homofóbico e transfóbico.
9. Denunciamos a mercantilização das sexualidades não normativas, que são reconhecidas unicamente através do consumo (capitalismo rosa) e nos posicionamos como transmaricabolhosbiqueer anticapitalistas.
10. Exigimos o fim do financiamento público de qualquer entidade religiosa ou política que desenvolva políticas sexistas, homófobas, lesbófobas, bífobas e tránsfobas. Exigimos a revogação imediata de qualquer cargo público que realize declarações transmaricabolhobifóbicas e incite ao ódio.
11. Denunciamos a representação tendenciosa e reduccionista que ainda seguem fazendo osmeios de comunicação das sexualidades não normativas.
12. Exigimos que se garantam os direitos reproductivos das mulheres lesbianas, as pessoas sós e as pessoas trans e que se reconheça o direito à família e ao reconhecimento da filiação sem requerimiento do casal e à margem da biologia para todas as pessoas.
13. Reclamamos um abordagem integral da saúde para o tratamento da inmunodeficiencia humana, destacando a necessidade de abrir um debate sobre os abusos das farmaceúticas. Reclamamos investigação e prevenção considerando a especificidade dos corpos das mulheres, corpos não normativos e corpos trans.
14. Denunciamos como corpos e identidades precárias, a brutalidade do capitalismo, que intensifica a discriminação expulsando do mercado laboral às mulheres, as pessoas trans, lesbianas, gays, bi, etc.

Animamos à rebelião dos corpos, e a pôr os nossos corpos e prazeres acima da lógica do mercado.
Asamblea Transmaricabollo de Sol
Madrid, 4 de Junio de 2011

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